terça-feira, 17 de maio de 2016

Pensando sobre "Arquivo"

A figura dos caras pintadas, mantida nos registros históricos como um símbolo de um povo descontente e que vai às ruas para lutar por seus direitos, invoca uma memória. Esta, ao contrário da memória cognitiva, não é conjunto de informações de onde o sujeito retoma detalhes, acontecimentos. Ela é, antes de tudo, uma construção. Como Andrade (2011) discorre ao trabalhar o conceito de memória como algo que sempre se transforma, alguns elementos são retidos, arquivados, e é através deles que se invoca a memória, construindo-a como uma narrativa. Assim como uma cadeia de significantes,
[a] a memória seria, então, um conjunto de fragmentos desordenados, descontínuos, recalcados, diluídos, “esquecidos” no inconsciente, que, num determinado momento, um “eu” se põe a “lembrar” e a organizar na linguagem, por intermédio de uma narrativa, dando um sentido para os pedaços que afloram no discurso, construindo, enfim, uma história, de certa forma uma e com um final (...). (ANDRADE, 2011, p. 84)

Lembrar-se pressupõe, diretamente, o ato de esquecer, como Coracini (2007) aponta. Assim, não temos uma memória sempre presente, linear e estruturada. Esquecemos e, ao lembrarmos, (re)construímos essa memória.
Há, ainda, a questão sobre o arquivo, as inscrições que possibilitam o ato de lembrar e que se materializam linguisticamente, invocando uma memória. A ideia de uma cadeia de significantes pressupõe que existem entradas, inserções a essa rede que levam o sujeito a outras interpretações, outras memórias.

Derrida (1995 [2001]) trata da questão do arquivo ao desconstruir a noção clássica de arquivo que abriga a “memória do nome arkhê” (1995 [2001], p.12). Relacionado a uma ideia ontológica e de comando, o termo “arkhê” marcaria a crença de que o arquivo seria formado uma memória física, cognitiva e a lei que controlaria esse arquivo. O filósofo também retoma que o sentido de arquivar, guardar, vem do grego “arkheîon”, “inicialmente uma casa, um domicílio, um endereço” (1995 [2001], p. 12). Local onde, na Grécia, os arquivos passaram a ser formados. Os “arcontes”, guardiões dos arquivos, eram os únicos que podiam interpretar o arquivo, possibilitando, então, que a cada leitura uma nova interpretação fosse feita. 

domingo, 15 de maio de 2016

Sobre se permitir dizer algo



Por mais que, mesmo estando no final, ainda trabalho com o meu mestrado, é meio que impossível para mim não me envolver com outros temas. Dificilmente, eu consigo ficar sem pesquisar sobre algum tema ou ler algum livro bem distante do meu trabalho atual. 
Eu achava que essa busca incessante, vista muitas vezes como uma fuga daquilo que eu deveria realmente fazer, tratava-se, principalmente, de indisciplina e falta de foco. Logo, lidei com essa prática como uma falha em meu comportamento e que precisava ser resolvida, curada, exorcizada (o que fosse funcionar). Hoje em dia, eu tento ser um pouco mais compreensivo comigo mesmo. Não fazer do jeito que deveria ser feito, não quer dizer que não será feito ou que a qualidade será menor.
Durante um desses momentos, em que comecei a me aprofundar em um tema nem tão distante do meu trabalho, deparei-me com o termo "pós-humano". Curioso, principalmente depois de ler um pouco sobre, busquei na literatura alguns autores para ler sobre. Através de indicações de um professor da pós, cheguei ao "How We Became Posthuman" da Hayle e assim que eu o li, fiquei apaixonado sobre o tema. Eu já havia lido o livro organizado por Tomas Tadeu da Silva chamado  "Antropologia do Ciborgue", mas sabe quando não prestamos muita atenção nos sub-títulos dos livros? Pois é! Este título é seguido por "As vertigens do pós-humano". Ou seja, o "Manifesto Ciborgue" de Donna Haraway já tinha a ver com o pós-humanismo e eu não tinha ideia. Talvez fosse o destino, se eu acreditasse nele...


Depois da Hayle e de algumas pesquisas, cheguei ao livro da Braidotti, "The Posthuman". Tocando em pontos diferentes da Hayle, Braidotti me deixou esbabacado e fez com que eu pensasse bastante! Quando vi, não parava de falar sobre o pós-humanismo e como tudo aquilo que atraia.

Acho que foi durante a minha primeira leitura da Braidotti que me encontrei com uma professora da Puc  que hoje é uma grande amiga. Falei, extasiado, sobre as leituras e o tema! Quanto potencial existia naquelas discussões! Depois de muito conversarmos sobre, ela me perguntou se eu poderia ir falar um pouco sobre isso tudo para os alunos dela do mestrado. Fiquei honrado com o convite e aceitei, prometendo a mim mesmo dar o meu melhor.
Você já precisou falar sobre algo que, mesmo sendo apaixonado por aquilo, você não se sente autorizado? Um sentimento de que você só é uma pessoa que sabe um pouco mais do que o normal, mas, nem por isso, você pode ensinar sobre tal assunto para outras pessoas. Foi exatamente nessa situação em que me encontrei ao parar pra pensar sobre o que iria falar para aqueles alunos.

De longe, não foi a minha melhor apresentação. O nervosismo e a insegurança me levaram a não conseguir usar, com calma, todo o material que preparei. Algumas partes poderiam ter sido mais trabalhadas e outras poderiam ter sido desenvolvidas em um diálogo, deixando tudo mais interessante. No entanto, eu preciso agradecer àqueles alunos e a toda situação. Depois daquele dia, senti-me permitido a falar de algo que, até então, eu buscava alguém ou algo para confirmar meu conhecimento. E não é exatamente isso que fazemos diariamente? 
Procuramos meios para que algo/alguém se responsabilize pelo que falamos. Temos, assim, autoridade. Contudo, como é ruim necessitar de situações específicas para conseguir isso. Ficamos presos às coincidências do destino, esperando que uma situação propícia apareça. Eu não acredito em destino, logo, não tenho muita paciência para tal.

Perguntei-me, então, como nós, acadêmicos, podemos nos ajudar. A comunidade pode legitimar seus membros. O que falta é ter mais momentos para que tal prática se dê mais vezes. Não vamos esperar por grandes eventos científicos ou convites para aulas. Por que não marcamos um café, toda quinta-feira? Por que não trocamos e-mails ou participamos de algum fórum?
Sinto-me animado com as possibilidades. Busco, então, em uma opção para que outros (além de mim) consigam essa sensação: estar orgulhoso e confiante do que diz.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

A escrita como processo

Acredito que a correção não é algo particular do meio acadêmico, mas também de outras áreas diretamente ligadas à produção escrita. Se você é escritor, pesquisador, blogueiro, roteirista, entre outros, você sabe que escrever é, acima de tudo, um processo. Pois bem, quando comecei tudo isso, eu não sabia. Posso estar falando algo muito óbvio, mas talvez ajude outras pessoas que não paravam para considerar o processo de correção e de releitura como partes da escrita.

Entenda que, se eu tinha um tema ou alguma proposta, eu sentava, decidia sobre o que iria escrever e, depois, escrevia. Após uma revisão gramatical, eu já considerava o texto pronto. Simples assim: uma única ação. Eu nunca fui uma pessoa de se debruça sobre um texto e faz uma revisão pesada. Sou impaciente e dificilmente consigo ver os erros do meu texto. Preciso reler várias vezes para tal. 
No entanto, aprendi a ser mais paciente através da prática da escrita. Eu precisei parar para respirar e pensar, refletir sobre o que iria escrever e, acima de tudo, sobre o que já havia escrito. Durante o mestrado, precisei escrever e rever várias vezes o mesmo texto, o que me levou a aceitar que eu não poderia lidar com meus textos como uma ação direta e única. 
Às vezes, você fica cansado de olhar para o mesmo parágrafo para ter certeza de que, para você, ele está claro, coerente e sem erros. Já foi angustiante o suficiente escrever o parágrafo em si, não concorda? Ter que olhar para ele novamente é se expor aos seus erros. 
Sendo assim, aprendi que eu precisava ter a coragem de olhar para os meus erros, aceitá-los e consertá-los. Logo, o ato de escrever se tornou um processo. Seu texto precisa amadurecer e você o acompanhará nessa empreitada. 


A cada releitura, você passa por uma mudança como escritor. Não há como fugir desse processo. Sei que pode até soar contraditório falar sobre processo e desenvolver uma pesquisa baseada na desconstrução derrideana. Como alguns colegas e minha orientadora já perceberam, não consigo me distanciar da lógica que me constitui. 
Por pensar a escrita como processo, eu a divido para que tudo fique mais fácil. Nas fotos, eu tento mostrar o que fiz com o texto do meu mestrado. Eu consigo lidar melhor com o texto se eu separá-lo em pequenos montes. Dessa vez, eu decidi que lidaria com quinze páginas por vez, o que funciona como o sistema pomodoro. Sinto-me mais produtivo ao considerar que fiz um ou dois desses conjuntos de quinze páginas, do que pensar ter corrigido apenas trinta páginas de cento e vinte.
No geral, eu monto quatro grandes grupos: (1) o texto que precisa ser corrigido; (2) as páginas que estou corrigindo; (3) páginas corrigidas; e (4) as páginas que preciso desenvolver uma correção mais profunda, talvez modificar grande parte do texto. Enquanto lido com o grupo (2), eu uso uma caneta vermelha para marcar as partes já corrigidas. Assim, caso uma dessas páginas passe a compor o grupo (4), eu vou identificar o que precisa ser feito mais facilmente. Além disso, deixo sempre post-its com algum comentário para orientar minha futura correção. 



No final de tudo, você pode ter que reler e, talvez, reescrever várias páginas do trabalho. O importante é que cada leitura agregue algo para o seu texto, deixando-o cada vez mais completo. Contudo, não fique procurando uma perfeição inalcançável: faça o seu melhor e fique satisfeito sabendo que deu duro em seu texto. Pode ter certeza de que a banca ou os pareceristas vão ter outros olhares sobre o seu texto e que farão apontamentos, até então, inimagináveis.
Esse processo me ajuda a ter uma sensação de que estou caminhando e que cheguei em algum lugar. Aquela história de pequenas metas ajuda. Eu penso o mesmo para a primeira escrita e rascunhos, mas deixarei para falar sobre isso em outro momento.
Lembre-se, então, de que a releitura e a reescrita, ou seja, a revisão, fazem parte do processo da escrita. Seu texto nunca está pronto depois da primeira escrita, assim como você não esteve pronto logo depois de nascer.


Espero ajudar alguém que, como eu, entrou nessa vida acadêmica sem ter muita noção e procura por alguma direção. Qualquer dúvida, só deixar nos comentários ou me mandar um alô no Twitter.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Por uma melhor experiência da vida acadêmica




A vida de um aluno de pós-graduação pode ser bem solitária. Seja nas humanas, nas biológicas ou nas exatas, você precisará concentrar toda a sua energia em sua pesquisa e em sua escrita. As cobranças aparecem por todos os lados e, além disso, é possível que você não tenha nenhum incentivo financeiro. Lutando para manter o otimismo sobre um possível futuro, você precisa lidar com as incertezas da vida do acadêmico.
Minha experiência nesses dois anos de mestrado fez com que eu chegasse a uma conclusão: a comunidade de alunos/pesquisadores precisa se unir. Não estou falando em união para discutir melhorias para o programa e seus integrantes. De que vale ter verba e boas opções se os próprios colegas não respeitam e incentivam uns aos outros?
Penso em uma união que resultará em alunos mais motivados, levando-os a acreditar em suas pesquisas e em seu futuro. Tornemos a competição de Lattes um pouco mais saudável. Afinal, a concorrência faz com que todos nós passemos a dar o nosso melhor.
Cito aqui o professor Pacheco-Vega



Nós costumamos esbarrar em tantas pessoas durante congressos, mas com quantas temos conversas produtivas? Quantas pessoas nós realmente aproveitamos a sua presença? Vejo muitos dando atenção apenas para uma disputa de poder, em que o objetivo é apontar o mais rápido possível os defeitos e as falhas na argumentação do colega. E depois? Cada um vai para o seu grupo e ninguém mais diz nada.
Às vezes, conversamos com alguns membros que não conhecíamos e cujas pesquisas são de nosso interesse. Trocamos ideias o dia inteiro, entusiasmados pelas possibilidades e curiosidades que cada um sabe. Vemos o mundo se expandir um pouco mais. No entanto, depois dos três dias naquela cidade desconhecida, nunca mais nos falamos. Temos encontros marcados durante o ano, nesses eventos, assim como acontece com o filme Antes do Amanhecer. Por que não podemos manter contato?


"O que poderíamos fazer?" você pode se perguntar. Bom, inicialmente, podemos começar conhecendo uns aos outros. Eu criei este subreddit chamado "AjudaPós" após uma pequena discussão em uma postagem no Facebook da Nayara Natalia. A ideia é ter um espaço para que os alunos de pós-graduação possam compartilhar suas angústias e ajudar uns aos outros. Caso ache útil, você pode se inscrever e convidar alguns amigos também. Não é necessário se identificar. 

Além disso, onde estão os outros pesquisadores/professores que têm blogs? Ou contas no Twitter? Existem tantas possibilidades para que possamos estruturar melhor essa rede e colaborar uns com os outros. 
Quem estiver interessado, é só entrar no Twitter, procurar por um fórum ou montar um grupo no Facebook/WhatsApp/Telegram. It's up to you.

domingo, 3 de abril de 2016

#ScholarSunday e a comunidade de pesquisadores




Há um bom tempo, eu não apareço por aqui. Muita coisa aconteceu, tirando todo o meu foco do blog. Eu precisava terminar o mestrado (cuja defesa está cada vez mais próxima), dar aulas e sobreviver ao Dark Souls. Tudo uma questão de prioridades, não é mesmo?
Faz alguns dias que a vontade de escrever aqui voltou. Fiquei lembrando o quão legal é poder falar sobre a minha pesquisa, meus interesses e também lembrei que não preciso só falar sobre pesquisas. Afinal, o lançamento do Dark Souls 3 está logo ali e não deixarei de comentar!
Contudo, não posso negar que o intuito deste blog é escrever para colegas pesquisadores que podem ou não passar pelos mesmos percursos que eu. A busca por colegas (e possíveis amigos), que se interessam pelo desenvolvimento de problemas que só nós queremos resolver, continua.

Como não é muito fácil encontrar e começar uma conversa com brasileiros que tenham o mesmo interesse de pesquisa (ou façam pesquisa), eu acabo seguindo muitos perfis no Twitter de pesquisadores estrangeiros. Não sei se é só comigo, mas não consigo encontrar muitos brasileiros, no Twitter, que são pesquisadores e estão interessados em conversar sobre. Sigo alguns, como o @andrelesouza e o @andrelemos (caso queira ver mais alguns, eles estão em minha lista ), mas percebo que a abertura para a interação é bem pequena. Mas por que estou falando tudo isso?

Hoje, eu acordei e fui dar uma olhada no Twitter, já que retirei o App do Facebook do celular. Este aplicativo é tipo um buraco negro em que todo o seu tempo é sugado. Enquanto dava uma olhada nos últimos tweets, eu vi que havia uma hashtag muito interessante: #ScholarSunday. Acompanhando-a, havia indicações de perfis de pesquisadores e quais eram suas áreas. Vi desde um pessoal que trabalha com política pública, gênero, performance até amamentação. Eu nem sabia os questionamentos levantados sobre amamentação! Quando vi, eu já estava seguindo mais cinco perfis, pois me interessei em ver o que aquelas pessoas iriam postar e compartilhar sobre suas pesquisas.
Aqui estão alguns tweets que separei.






Você consegue perceber as possibilidades que essa hashtag tem? A comunidade de pesquisadores ficaria mais forte, pois aqueles com algo em comum iriam se aproximar, colaborando com a pesquisa um do outro. Além disso, conversas sobre temas como as últimas notícias sobre a Capes seriam discutidas e poderiam alcançar uma repercussão maior. Quantas pesquisas poderiam ser feitas em conjunto com outros pesquisadores se soubéssemos e pudéssemos discutir o que encontramos mais facilmente? Não é necessário ficar visitando o Lattes de cada um. Nós simplesmente podemos nos ajudar.

Claro, no Facebook nós já temos alguns grupos sobre divulgação científica, sobre algumas áreas e linhas de pesquisa. No entanto, há pouca contribuição e muitas vezes o grupo é inundado por conversas paralelas ou propagandas de eventos/revistas. Você vê discussões sem futuro em que não há possibilidade de uma contribuição positiva.

Talvez, a questão não seja adotar ou o Twitter, ou o Facebook. A questão é: fortalecer as relações entre pesquisadores, possibilitando uma conversa saudável e uma ajuda mútua.  

Quem quer ajudar a começar esse movimento?

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

E sobre os trolls?

Não é novidade alguma para aqueles aventureiros dos grupos de Facebook ou fóruns: os trolls existem. Longe de se tratar das criaturas mitológicas que apareceram, nos últimos tempos, nas telas dos cinemas, falamos aqui dos trolls da internet.
Em seu livro "Hacker, Hoaxer, Whistleblower, Spy - The Many Faces of Anonymous", Gabriella Coleman faz bem ao começar o livro com um apanhado histórico dos trolls. É inevitável a menção destes ao se tratar dos Anonymous: eles nasceram em meio à cultura Troll.
Talvez, assim como Javert, em Os Miseráveis, eles queiram negar sua origem, focando, agora, em ações políticas, portando-se como justiceiros dos menos afortunados, daqueles que sofrem nas mãos de governos e instituições opressoras. Quem sabe? 
Mas a questão é: como a cultura Troll constitui o Anonymous se, por acaso, o interlocutor não souber o que é um Troll? De que maneira, discursivamente falando, a representação do Anonymous como um troll será construída? 
Cabe, supostamente, ao analista do discurso conseguir pinçar os vestígios dos discursos na materialidade linguística. Contudo, onde se encontra o limite do analista? Seria ele capaz de encontrar qualquer vestígio? 

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Do quimérico ao "ciborguico"

O dia já faz com que meu corpo exija um pouco de descanso. Contudo, aceito meu próprio desafio de escrever este pequeno desabafo. Proponho-me colocar palavras para aliviar a angústia que surge com o conhecimento. É neste momento auspicioso da noite que me coloco como aquele que conhece a dor, o conhecedor, de uma questão fundamental particularmente.

Cyborgs não existem mais apenas em nossa imaginação: estão em todos os lados. Desde a modelo de prótese até o usuário da web, com seus perfis em redes sociais. Somos além, mas não melhores. Diferentes. O que acredito ser fundamental nisso é que: coloca-se uma questão para a humanidade.

O que nós somos?

Uma vez que as certezas acabaram, as verdades se multiplicam, guerreiam entre si, como podemos lidar com nós mesmos? 
A quimera ganha seu equivalente no século XXI.